VII CONCURSO DE POEMAS ILUSTRADOS 2010 POEMAS DE ANTÓNIO TORRADO REGULAMENTO 1. OBJECTIVO: Comemorar o Dia Mundial da Poesia – 21 de Março; divulgar a poesia de António Torrado. 2. MODALIDADE: Ilustração de um poema escolhido pelo concorrente de entre os poemas de António Torrado, apresentados a este concurso (em anexo). 3. CONDIÇÕES DE ADMISSÃO AO CONCURSO 3.1 Dos concorrentes - Ser aluno do 4º, 5º ou 6º anos de qualquer estabelecimento de ensino do concelho de V. N. de Famalicão. 3.2 Dos trabalhos - O trabalho é individual; - O trabalho, poema e sua ilustração, pode ser apresentado em qualquer formato; - O poema obrigatoriamente tem que ser incluído na ilustração, manuscrito ou dactilografado; - A ilustração do poema seleccionado pode ser feita em qualquer técnica; - O título e o nome do autor do poema devem constar dos trabalhos; - O autor do trabalho deverá identificar-se através do: nome, ano, turma e idade, bem como o nome, morada e número de telefone da escola (tudo no verso da folha). 4. PRAZO, LOCAL DE ENTREGA E NÚMERO DE TRABALHOS ADMITIDOS AO CONCURSO - O concurso tem início no dia 18 de Janeiro de 2010, devendo os trabalhos ser entregues na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco até ao dia 08 de Março de 2010; - Os alunos podem concorrer apenas com um trabalho; 5. CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DOS TRABALHOS Os trabalhos serão agrupados por anos de escolaridade dos alunos – 4º, 5º e 6º. Para a selecção dos melhores trabalhos, serão adoptados os seguintes critérios de apreciação: - Demonstração de que a ilustração resulta de uma leitura atenta do poema; - Originalidade da técnica utilizada; - Adequação da ilustração ao poema. 6. COMPOSIÇÃO DO JÚRI O júri será constituído por representantes da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco/ Câmara Municipal. 7. RESULTADO FINAL Os trabalhos vencedores, assim como todos que forem apresentados a concurso, estarão em exposição na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, de 22 de Março a 23 Abril de 2010. 8. PRÉMIOS - De cada ano – 4º, 5º e 6º ano – serão seleccionados três trabalhos; - Todos os alunos cujo trabalho tenha sido seleccionado receberão um prémio, a entregar, em data a marcar, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco. 9. DEVOLUÇÃO DOS TRABALHOS Os trabalhos enviados não serão devolvidos. POEMAS A CONCURSO
LINDO MONSTRO Não sou assim tão feio, disse o monstro, a ver-se ao espelho. Dos olhos, o do meio, ora azul ora vermelho e pestanudo, dá-me um ar singular, tal como a tromba a badalar e o pontiagudo dente que não sei disfarçar de tão evidente, saliente ao sorrir e ao falar e que, por ser maior, coisa pouca, me alarga demais o canto da boca.
Mas há pior, mais feios, feios, de uma fealdade louca cheios de verrugas que nem tartarugas. Monstros a valer. Feios, feios, feios que mais não podem ser. Feio, eu? Cabeçudo? Façanhudo? Orelhudo? Ora. Paleio. O que eu tenho é um mau parecer. A TIA BIA O calendário disse ao dia: Não te esqueças dos anos da tua tia. Minha, não. Dela – disse o dia da sua janela. Pois sim. Veio o tal dia e não é que a Nela se foi esquecer dos ditos anos da dita tia de nome Bia, que não merecia o esquecimento da dita Nela. Tanto lhe queria a dita tia chamada Bia, que, à cautela, vai oferecer à sobrinha dela um calendário do novo ano e nele escrever com a letra dela, na tal janela do dito dia: Não esquecer. Hoje faz anos A tia Bia. O GRILO E A COUVE Ouve, disse o grilo à couve, ouve o meu novo trilo. Novo? – duvidou a couve. Novo! – confirmou o grilo. É um hino às couves em refinado estilo. Mas não me comoves, disse a couve ao grilo. Ouve, disse o grilo à couve, ouve que todo eu fibrilo. E o grilo cantou o re re re re refrão dos grilos que cintila ao sol numa nota só. Cansada de ouvi-lo a couve repolho fechou olho e ouvidos. Foi, então, que o grilo lhe roeu as folhas. A JANELA E O BARCO À VELA A janela abriu-se e viu, no rio, um barco à vela. Janela: Leva-me contigo, Barco: Espera por mim. Janela: Fica tu comigo, Barco: Não consigo. E partiu rio acima. Embaciaram-se os vidros da janela que soltou as cortinas a acenar, a acenar para a esteira de espuma do barco à vela a escoar-se na neblina. Tempo passou. O barco pois claro que voltou. Tinha de voltar. Mal o viu, na esquina do olhar, a janela abriu-se de par em par. Esta história chegou ao tempo de acabar. Mas cá para mim, disse a janela, nunca vai terminar. Eu sigo, disse o barco. Eu fico, disse a janela. E gritou: Estás ancorado no meu olhar. As minhas vidraças embaciadas são o teu lugar cativo. Para onde quer que vás hás-de ficar, comigo. O CARDO El-rei Ricardo disse ao cardo: Tu picaste-me, cardo. Vais ser condenado. Não se pica um rei. Eu sei, disse o cardo, mas foi sem querer que te piquei. Nasci para picar e tu para mandar. Se, um dia, deixares de ser rei também eu deixarei este ofício de cardo, irado e atrevido. Está decidido, disse o rei. Podia ter sido assim podia ter sido, mas o que eu sei é que veio a república, foi-se embora o rei e o cardo faltou ao prometido.
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